Acabou de publicar, com o seu marido [o ator Diogo Amaral], o livro para crianças “Ser mãe/Ser pai”…

Vera Kolodzig: A editora desafiou-nos e nós aceitámos logo a ideia. Simplificámos a experiência, pois é um livro infantil, mas contamos a verdade. Dizemos coisas como “ser mãe é descobrir um novo sorriso, de olheira a olheira”.

Vera Kolodzig

Este primeiro ano de maternidade foi uma fase de muitas olheiras?

VK: Sim! O Mateus só começou a dormir bem aos nove meses.

Regressou ao trabalho quando ele tinha cinco semanas. Foi uma fase difícil?

VK: Foram uns meses muito atribulados pois tive que começar logo a gravar uma novela. Ele ia sempre comigo. A produção foi muito cuidadosa e arranjou-nos uma sala onde criámos uma espécie de ninho. Nos intervalos estava com ele e parecia que entrava noutro mundo! Mas durante três dias por semana tinha de acordar muito cedo e chegávamos muito tarde a casa e era difícil estabelecer uma rotina. Tinha textos para estudar, a logística de um bebé tão pequeno e ele dormia muito mal. Em vários momentos senti-me frustrada porque estava tao cansada que não me sentia completamente disponível para ele como eu queria.

Nesse contexto conseguiu amamentar?

VK: Sim, nos primeiros seis meses em exclusivo, e agora ainda estou a amamentar, só uma vez à noite. Eu queria mesmo dar de mamar. Há muitos mitos e tabus e pouca informação e tenho muita pena que assim seja. Lembro-me de falar com familiares e contar que queria dar de mamar e de desdenharem um bocadinho e dizerem: “Está bem, quando chegar a altura quero ver!”. Consegui e fiz questão de nunca seguir horários: quando ele queria, mamava.

Vera Kolodzig

E na gravidez, também continuou a trabalhar?

VK: Tive uma gravidez incrível. Nunca me senti tao bonita na vida. Adorei ver o meu corpo a mudar e andava sempre feliz. Tive muita sorte pois não tive enjoos nem outras mazelas. Acabei por trabalhar imenso. Fiz um espetáculo em Ponto de Sor, outro com seis atrizes grávidas em Lisboa e depois comecei a fazer a novela.

Que grandes mudanças recorda?

VK: A brincar dizia: “Acho que fiquei mais burra”. Parece que a nossa memória e raciocínio ficam mais lentos… E no pós-parto ainda pior! Uma mudança radical foi o passar a ter muito cuidado com a alimentação. Deixei mesmo de comer carne. Ao termos um ser humano dentro de nós ganhamos a responsabilidade de cuidar dele e acho que a vida cá fora tem muito a ver com esses cuidados. A verdade é que o Mateus já tem um ano e nunca esteve doente.

Vera Kolodzig

Lembra-se bem do dia em que finalmente conheceu o Mateus?

VK: Fiz um jantar em casa, os meus amigos saíram e quando acabei de arrumar as coisas, rebentaram as águas. Estive em trabalho de parto durante a noite e ele nasceu às 11h11, uma hora mágica. Era lindo, o bebé mais lindo do mundo! Esteve sempre comigo. Fizeram-lhe os testes todos com ele no meu peito e só saiu da sala para se vestir, com o pai.

Se pudesse enviar uma mensagem para si antes de ser mãe, qual seria?

VK: Sê mãe! Rápido, despacha-te. Isto é ótimo!

Vera Kolodzig

Fonte:

Ana Sofia Rodrigues

Pais & Filhos, número 298, novembro 2015

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