Mais que um meio de fazer a criança dormir, constitui uma forma de a acalmar e de estabelecer um contacto estreito entre mãe e bebé. Pesquisas comprovam que o feto reage ao som e, por volta das 29 semanas, é perfeitamente capaz de ouvir música, o que pode ser aproveitado em termos de futuro. Por exemplo, se durante a gravidez, a mãe gostar de ouvir determinada melodia, após o nascimento o bebé tenderá a reconhecer a música que ouvia no ventre materno. Tratando-se de uma melodia calma, pode ajudá-lo a serenar com maior facilidade. Devido ao facto destes dados terem vindo a público, ultimamente têm surgido inúmeros CDs com música destinada a crianças. Em regra, as melodias tendem a ser calmas, algumas incluem sons da natureza como quedas de água ou o chilrear dos passarinhos.

O tipo de melodia aconselhada depende dos objetivos que se pretendem atingir. Para adormecer, é indicada a música clássica, por ser relaxante. Tratando-se de crianças mais agitadas, é também mais adaptado que a música ambiente seja calma. Aliás, em algumas escolas, este é um fato que é levado em conta e nas aulas onde não interfere com a explicação do professor, permite-se que os alunos oiçam música com os headphones. Assim se mantêm mais calmos e predispostos para trabalhar. Para estimular, por exemplo, no decurso de uma brincadeira, é melhor um ritmo mais acelerado já que existe uma reação psicológica, mas também fisiológica, e as batidas do coração tendem a acompanhar o ritmo da melodia.

A música é, também, importante para o desenvolvimento intelectual dos mais pequenos. Sabendo-se que o ouvido é, por excelência, o órgão dos sentidos através do qual se recebem mais informações do meio exterior, se o estimularmos desde cedo, vai-se tornando cada vez mais apurado.

A Música e o Desenvolvimento Infantil

Sabia que…

Às 25 semanas, o feto percebe os ruídos da rua e consegue distinguir a voz dos pais.

Terapia através da música

A música é um meio privilegiado para lidar com crianças com problemas diversos. Falamos de um leque tão variado que vai desde as deficiências mentais, dificuldades de aprendizagem, hiperatividade, passando pelas deficiências visuais/auditivas até aos distúrbios neurológicos como lesões cerebrais.

Além dos instrumentos comuns, o musicoterapeuta aproveita todos os objetos de onde possa extrair algum efeito sono: conchinhas, chaves, vasilhas com água, etc.

Durante a sessão, a criança tem tudo à sua disposição e, de entre os instrumentos, vai ser convidada a escolher aquele com o qual tem mais afinidade. Com base nisso, o musicoterapeuta vai aplicar a metodologia, de acordo com as necessidades de cada caso.

A Música e o Desenvolvimento Infantil

Fonte:

Teresa Paula Marques, diretora clínica da Academia da Psicologia da Criança e da Família

Pais & Filhos, número 301, fevereiro 2016

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