Os estudos são claros: parte significativa da população não ingere a quantidade suficiente de líquidos. As crianças, as grávidas e as mulheres que dão de mamar são especialmente vulneráveis aos efeitos da chamada “sub-hidratação”. Há, pois, que beber. E muito antes de sentir sede.

Estamos na época do ano em que as temperaturas começam a subir e pedem por mais um copo de água ou de outra bebida refrescante. Ou, como afirmava um conhecido anúncio publicitário, “quando o calor aperta, a sede desperta”. Mas a hidratação do organismo é fundamental durante todo o ano e, se não for garantida, passa uma fatura pesada em termos de saúde e bem-estar. Vários trabalhos científicos recentemente divulgados mostram uma realidade preocupante: uma grande fatia da população não ingere a quantidade suficiente de líquidos para se manter convenientemente hidratada. De acordo com a nutricionista Patrícia Padrão, da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, os estudos “apontam para uma prevalência importante de crianças em riscos de hipo-hidratação”.

Um outro estudo, realizado pelo Instituto de Hidratação e Saúde, revelou que cerca de metade da população portuguesa entre os 14 e os 70 anos revela uma ingestão de líquido “inferior aos valores de referência” indicados pela Autoridade Europeia para Segurança Alimentar.

As crianças, mulheres grávidas e em período de amamentação, além dos idosos, continuam a ser os grupos mais vulneráveis a sofrer de uma hidratação insuficiente. E, em consequência, de colocar em risco o seu bem-estar, tanto a médio como a longo prazo. Para combater estes riscos, é importante beber a quantidade mínima suficiente diária e não esperar pela sede para pegar no copo.

Lluís Serra-Majem é um dos maiores especialistas espanhóis em nutrição e ciências da alimentação e considera que a questão da hidratação vai para além da mera ingestão de água. “Em geral, uma desidratação resultante da perda de pelo menos dois por cento da massa corporal, tem impacto a nível físico, mas também em outras áreas, porque afeta o humor, a capacidade cognitiva, a atenção, e inclusivamente a memória de curto prazo”, afirma, adiantando: "não estamos a falar de um problema trivial, uma vez que a ingestão insuficiente de líquidos pode também levar a mudanças na atividade cerebral e até mesmo na função neurotransmissora”.

Hidratar é preciso

O que devo fazer:

1. Ingerir diariamente a quantidade de água e líquidos suficientes:

  • Crianças dos dois aos três anos= 1 litro
  • Crianças dos quatro aos oito anos =1,2 litros
  • Crianças dos nove aos treze anos= 1,4 litros (sexo feminino) e 1,6 (sexo masculino)
  • Adolescentes e adultos= 1,5 litros (sexo feminino) e 1,9 litros (sexo masculino)

2. Beber frequentemente e em pequenas quantidades ao longo do dia

3. Estar tanto aos primeiros sinais de desidratação (sede, urina e cor intensa e com cheiro, cansaço, dor de cabeça e pouca concentração).

4. Beber mais líquidos nas seguintes situações:

  • Atividade física
  • Temperatura e/ou altitude elevadas
  • Doenças com sintomas de febre, vómitos e diarreia
  • Gravidez e aleitamento

5. Adotar uma alimentação com opções sólidas e líquidas ricas em água: são os casos do leite, sumos e néctares, chá, infusões, refrigerantes, sopas, saladas e fruta.

 

Fonte: Revista Pais&filhos, nº 293, junho 2015

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