Para quem tem um bebé pequenino, o tempo de férias não será tanto de descanso (vai continuar a acordar durante a noite ou bem cedo de manhã...) mas será sempre um tempo de maior disponibilidade.

Obviamente que surgem sempre muitas dúvidas quando chega o momento de planear as férias ou de partir rumo ao destino planeado. Para onde podemos ir? Podemos ir para a praia? A criança pode apanhar sol? Que tipo de roupa temos de levar? Será que vai estranhar? Precisamos de levar medicamentos? E a alimentação? E as vacinas? E a consulta de rotina que está a aproximar-se?

Calma. A primeira regra é: nada de stresse. Com tranquilidade e bom senso tudo se resolve! É claro que um planeamento cuidado pode ajudar a antecipar muitos problemas e a prevenir algumas doenças. Por isso será boa ideia começar por ler este artigo.

Férias Com Um Bebé

Para onde podemos ir?

Esta é geralmente a primeira dúvida. Os bebés podem ir para qualquer lado: praia, cidade, campo ou montanha. Em todos esses locais também nascem e vivem crianças saudáveis e felizes. Com algumas adaptações por parte dos pais todos os bebés se adaptam a novos locais e a outros ambientes sem problemas. Apenas dois conselhos: primeiro tenham atenção à logística. Se a criança está a ser alimentada ao peito tudo se torna mais fácil. Em qualquer lugar o peito da mãe estará sempre pronto. Mas se o bebé já iniciou a introdução de novos alimentos pode ser pouco prático ir para um quarto de hotel onde a preparação de alimentos pode ser complicada. Será mais sensato alugar um apartamento ou ter algum tipo de apoio que permita a confeção ou o aquecimento dos alimentos. Em segundo lugar tenham atenção à proximidade de ajuda médica, no caso de a criança ficar doente. Alguns destinos paradisíacos não têm qualquer estrutura de apoio de saúde, pelo que essas paragens só devem ser escolhidas para férias em família quando as crianças já são mais crescidas e aguentam melhor alguma maleita. Para bebés, o melhor é escolher destinos onde ainda exista por perto alguma ajuda médica se necessária. E claro, levar o contacto do pediatra (telemóvel, mail) para qualquer emergência.

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Podemos ir para a praia?

Como regra um bebé não deve ir para a praia. Isto é verdade até a criança ter um ano de idade, mas deve ser mais rigoroso principalmente até aos seis meses. Claro que nada disto tem a ver com passeios à beira-mar de manhã ou fim da tarde, que apenas podem fazer bem quer a pais quer a filhos.

Mesmo nestes passeios é importante não descurar a proteção da criança aos raios solares, o que envolve medidas muito simples, que quase não custam nada, podendo perfeitamente fazer parte da rotina diária durante as férias. A regra está em prevenir. E não se esqueça que o sol é sempre o mesmo, esteja na praia, na piscina ou no campo. É importante evitar o sol direto durante as horas em que este é mais intenso, normalmente entre as 11:00 e as 16:00 horas. Para além disso, os bebés com menos de seis meses nunca devem ser expostos diretamente aos raios solares e devem permanecer sempre à sombra. É importante usar creme protetor com fator de proteção 50 de preferência mineral. Este creme deve ser resistente à água e deve ser renovada a sua aplicação cada duas horas, no mínimo. Como último cuidado, não esquecer de colocar sempre um chapéu para proteger a cabeça e usar roupa apropriada, leve e fresca, que impeça a exposição permanente aos raios solares. Se a criança aceitar, e até achar graça, deixe-a usar óculos de sol.

 

Qual a roupa mais apropriada para os dias de sol?

Sempre que possível, o bebé deve usar roupa que, sendo leve e fresca, impeça a passagem dos raios solares. Isto é particularmente importante quando as crianças vão brincar para o campo ou jardim. É nestas situações que é mais frequente os pais esquecerem-se da proteção adequada. O sol do jardim é o mesmo da praia. Não se esqueça de colocar um chapéu no seu filho com uma pala para proteger a face.

Será que o bebé vai estranhar?

É um facto que os bebés podem estranhar ambientes aos quais não estão habituadas. Mas raramente isso constitui um verdadeiro problema. Alguns bebés têm mais dificuldade em adormecer, outros estranham a alimentação ou começam a ter menos apetite. Outros ainda, alteram os seus hábitos intestinais. Estas atitudes podem preocupar alguns pais ou perturbar umas férias tranquilas. Mas raramente estas alterações são importantes ou duradouras. Na maior parte dos casos apenas duram alguns dias e rapidamente tudo volta ao normal. Se os pais tiverem calma e paciência não passará de uma pequena contrariedade, logo resolvida.

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Devemos levar medicamentos na bagagem?

Tudo depende do destino. Se existe um posto médico ou uma farmácia nas proximidades não será preciso levar nada de mais. Mas se pode existir alguma dificuldade na obtenção de um medicamento, mais vale prevenir. Nestes casos é especialmente importante levar medicamentos para baixar a febre ou aliviar as dores (paracetamol, ibuprofeno), um soro de reidratação oral a um medicamento prebiótico para o caso de surgir alguma diarreia. Se o destino é propício a insetos será bom levar um repelente e um xarope de antihistamínico para resolver alguma alergia. Mais importante que tudo isso, é fundamental levar o contacto do pediatra.

O que fazer com a alimentação?

Férias ou não, a alimentação do bebé não deve sofrer grandes alterações durante esses períodos. É importante que a criança mantenha as suas rotinas e continue a sua alimentação como até aí. Quando a criança está exclusivamente ao peito tudo se torna mais fácil: haja disponibilidade da mãe e tudo se resolve com o leitinho a sair já preparado e à temperatura ideal. Se o bebé já iniciou a sua diversificação alimentar, com a introdução do puré de legumes, da farinha láctea, da fruta, da carne ou do peixe, os cuidados terão de ser maiores de forma a proporcionar àquela criança uma rotina que não venha perturbar a sua aprendizagem de novos sabores e de novas texturas. Nestes casos vai dar mais trabalho… mas tudo se faz. É importante não complicar! E o pediatra pode dar alguns conselhos sobre a forma mais prática de ultrapassar algumas dificuldades.

Devemos oferecer mais água?

Nos dias de maior calor a ingestão de água deve ser reforçada para evitar que a criança desidrate. Nestes dias, para além da água que habitualmente a criança bebe, os pais devem oferecer uma quantidade extra. Será depois o bebé a decidir se precisa.

E se tiver que fazer vacinas?

Por vezes as férias são marcadas e só depois se constata que pelo meio está a data das vacinas. Em princípio adiar uma semana ou outra as vacinas não trará grandes problemas. Mas é importante falar deste tópico com o pediatra pois algumas vacinas têm momentos mais precisos para a sua realização. Se o destino é em Portugal, as vacinas poderão ser realizadas em qualquer centro de saúde. Se estiver no estrangeiro poderão ter que ser um pouco antecipadas ou adiadas. Para alguns destinos são aconselhadas vacinas especiais, como a da hepatite A ou da febre tifoide, mas que só são administradas a crianças com mais de um ano.

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E se for picado por algum inseto?

Os insetos são uma praga frequente. Incomodam durante a noite, não deixando ninguém dormir. Muitas vezes, as crianças choram de forma intermitente e só quando a noite já vai longa nos apercebemos que a causa é uma melga que se deixou entrar no quarto.

E incomodam também de dia devido às marcas que deixam. A criança fica com “babas” que normalmente causam muita comichão tornando a criança irritável e chorosa. Os pais que pretendem ter umas férias sossegadas não podem dar tréguas a este inimigo que não mata mas mói:

Use repelentes de inseto. Existem muitas marcas e diferentes tipos, desde cremes a aparelhos para ligar à corrente elétrica. Na grande maioria são inofensivos para a saúde e são normalmente eficazes no afugentar destes invasores.

Se a criança foi picada e tem muita comichão utilize um antihistamínico oral como a hidroxizina. É eficaz e pode aliviar um grande sofrimento.

Não aplique medicamentos diretamente na pele. Muitas vezes a pele está hipersensível e o medicamento pode agravar as queixas.

Fonte:

Revista Pais&filhos, nº 294, julho 2015

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