Se existe um medo universal associado ao parto é sem dúvida a dor. Na nossa cultura, o nascimento de um bebé está diretamente relacionado ao sofrimento e à dor insuportável. São muitas as futuras mamãs que tremem só de pensar em sentir as dores do parto. E são várias as que preferem, sem hesitação, a anestesia. Em alguns casos a anestesia é necessária, mas não em todos. Infelizmente, a dor faz parte do processo do parto. Além disso, é fundamental compreender que a dor é diferente de mulher para mulher. Poucas sentem a dor da mesma forma e nem todas a suportam do mesmo modo.

A verdade é que a dor das contrações é benéfica tanto para a grávida como para o bebé. Estimula o organismo a produzir a hormona neurotransmissora endorfina, que ajuda a mulher a relaxar e a ficar mais resistente para enfrentar todo o processo do parto. Contudo, para muitas mulheres a anestesia é bem-vinda e até necessária. Nos últimos anos, a utilização de anestesia aumentou significativamente em relação a alternativas menos invasivas para o alívio da dor. A vantagem de um parto com anestesia é clara: a partir do momento que recebe a medicação, a mulher não sente dor.

A epidural é o método farmacológico mais popular para aliviar as dores do parto. A epidural acabou com o mito de dar à luz com dores insuportáveis e está hoje generalizada no nosso país. No entanto, embora a epidural provoque uma diminuição considerável das dores do trabalho de parto, por si só não garante que o parto corra melhor ou mais depressa.

Assim, à medida que se vai preparando para o dia do parto, é fundamental que a grávida se informe relativamente às diferentes soluções para o alívio da dor e comece a formar a sua decisão sobre como deseja vivenciar o momento do parto. Para isso, deve saber o que é a epidural, como é aplicada e quais os benefícios e riscos que envolve. Deve ainda consultar o seu obstetra que irá aconselhá-la da melhor forma e verificar se a maternidade onde vai dar à luz o seu bebé dispõe de equipamentos e pessoal que permitam a administração da epidural.

Epidural ou Dor no Parto?

Diferença entre anestesia e analgesia

É muito comum utilizar o termo anestesia associado à epidural. Contudo, em muitos casos a epidural não é utilizada como anestésico, mas sim como analgésico. Anestesia e analgesia são diferentes? Sim. Os anestésicos utilizados em ambos os métodos são os mesmos, mas na analgesia, a quantidade de substância injetada é menor. Ou seja, é uma prática mais superficial que inibe a dor. Por sua vez, a anestesia utiliza uma maior quantidade de anestésico, uma vez que o objetivo é, além de inibir a dor, impedir sensações e reações musculares para que o médico possa executar com maior tranquilidade o procedimento cirúrgico.

Assim, enquanto num parto vaginal (normal), a técnica anestésica mais comum é a analgesia epidural, nas cesarianas, o método utilizado é a anestesia epidural. Ambas bloqueiam a sensação de dor nas zonas do abdómen e pélvis. No entanto, enquanto no parto normal a epidural apenas elimina a sensibilidade dolorosa, na cesariana há praticamente uma ausência total de sensação abaixo da cintura. Logo, esta analgesia permite o alívio das dores com os mínimos efeitos secundários possíveis.

Como é administrada uma epidural?

A epidural é administrada por um médico anestesista. Durante o trabalho de parto, o anestesista coloca um pequeno tubo ou cateter na parte inferior das costas (entre duas vértebras da coluna lombar), através do qual é ministrada a medicação. É pedido à grávida que arqueie as costas e permaneça imóvel deitada no seu lado esquerdo ou sentada, sendo esta posição vital para prevenir complicações e aumentar a eficácia da anestesia. O cateter permite ao anestesista administrar as doses necessárias para alívio da dor. Após ser ministrada, a epidural começa a atuar progressivamente após 10 a 20 minutos, bloqueando as dores, mas permitindo que a sensibilidade se mantenha para que a grávida possa participar ativamente em todo o trabalho de parto.

A epidural é administrada de acordo com o desenvolvimento do trabalho de parto. Geralmente, considera-se que a mulher entra em trabalho de parto quando o colo do útero apresenta uma dilatação de 3 cm, sendo a epidural apenas ministrada a partir dos 4 cm. Contudo, caso a dilatação já esteja muito avançada, pode não haver tempo suficiente para administrá-la.

Benefícios da epidural

Existem diversos benefícios que podem levar uma futura mamã a optar por uma epidural para a ajudar a aliviar as dores do parto.

  • A mulher fica mais relaxada. Assim, a epidural alivia o desconforto do parto e torna-o numa experiência mais positiva.
  • Ajuda a grávida a aguentar as horas do trabalho de parto, especialmente, quando este se prolonga durante um longo período, permitindo poupar muita energia.
  • A anestesia não atravessa a placenta e assim não afeta o bebé.
  • Não existe qualquer efeito sedativo para a mãe ou para o pequeno rebento.
  • A grávida consegue fazer força quando lhe é pedido, ou seja, a epidural não diminui a capacidade de fazer força para expelir o bebé. A mãe pode colaborar ativamente no parto sem ter de sofrer tanto.
  • A anestesia pode encurtar o tempo de dilatação do colo do útero e, consequentemente, acelera o desenvolvimento do trabalho de parto, uma vez que a futura mamã não está tensa com a dor e as contrações são mais efetivas.
  • A execução da técnica de anestesia não é dolorosa, sentindo apenas uma ligeira picada.
  • A mão pode ver o bebé a nascer e pegá-lo ao colo logo após o nascimento.
  • Nas cesarianas, a epidural permite que a mulher esteja desperta e assista ao nascimento do bebé.

Contraindicações e riscos da epidural

Porém, como qualquer outro procedimento médico, a epidural tem contraindicações e riscos.

  • Apesar de poder encurtar o tempo de dilatação, a epidural pode prolongar o tempo do parto, existindo assim a necessidade de mais intervenções, como por exemplo, romper a bolsa, o uso de fórceps ou ventosa.
  • Há médicos que consideram que o feto pode sentir efeitos da anestesia, uma vez que esta vai para a corrente sanguínea. O pequeno rebento pode ter diminuição de reflexos ou da frequência da respiração. Contudo, estes efeitos secundários da anestesia não causam problemas de saúde para o recém-nascido.
  • Por vezes, a epidural bloqueia a vontade de fazer força, ficando a mulher dependente do obstetra para lhe dizer o momento certo para empurrar.
  • Embora em casos raros, a epidural pode provocar dores de cabeço, infeções, alergia, sangramento e danos nervosos à mulher.
  • A analgesia epidural está contra-indicada quando há uma infeção localizada ou generalizada no corpo ou existem alterações da coagulação sanguínea.

 

ATENÇÃO! Deve consultar regularmente o seu médico ou obstetra, sendo todo o conteúdo do BABYSTEPS meramente informativo. 

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